quarta-feira, 30 de maio de 2007

Alcançando o Mundo


Passeando pelas ruas de Ipanema, parei em frente à uma amendoeira na esquina da Rua Maria Quitéria com Redentor. As raízes da amendoeira eram firmes e fortes, perfurando o solo e destruindo o cimento da calçada. Seu tronco se misturava harmoniosamente com o ambiente que o rodeava. Seus ramos frondosos se erguiam acima das construções. Ao sabor do vento, eles se esticavam pelo ar, como se tentando alcançar o firmamento.

Assim como a amendoeira, minhas raízes estão firmemente encravadas no solo desse País. Meu ambiente é parte do meu ser; meu ser é parte do meu ambiente. Assim como os ramos da amendoeira, meus braços se erguem, se aventuram pelo ar e, ao sabor do vento, tentam alcançar o mundo.

Um grande aperto no meu peito anunciou a chegada de lágrimas que não demoraram a rolar pela minha face. Ah, meu Brasil brasileiro... I will miss you!

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Homens, Mulheres e Maquiagem

De acordo com Platão (428-348 AC), “ mulher sem maquiagem é como comida sem sal”. Infelizmente, a maioria dos homens não compartilha da mesma opinião do filósofo. Um amigo, ao me contar sobre uma mulher linda e sexy que ele havia conhecido, disse que seu “defeito” era usar muita maquiagem. Dorival Caymmi pediu para Marina não se pintar porque ela era “bonita com o que Deus lhe deu”. Aos 4 anos de idade, meu filho me disse: “Quando eu crescer não vou deixar a Duda (sua prima) usar maquiagem.”

Interessante é que os mesmos homens que acham que mulher não precisa usar maquiagem, babam diante de Jennifer Lopez, Sabrina Sato e outras modelos e atrizes que andam carregadas de maquiagem. São também os mesmos que nos perguntam se dormimos bem, ou se estamos cansadas, quando saímos de casa sem o corretivo e batonzinho básicos.

A arte da boa maquiagem está em saber usá-la sem exagero. Independente, assim como o corte de cabelo e roupas que usamos, a maquiagem é uma das maneiras de expressão da nossa personalidade. Quando estou me maquiando, principalmente se for uma ocasião especial, me sinto como uma pintora famosa trabalhando numa obra de arte. Inovo, experimento com as cores, e não me dou por satisfeita até que o resultado final seja do meu agrado. Prazer e diversão, aliados ao benefício de disfarçar as olheiras de uma noite mal dormida. Em suma, maquiagem para mim é uma linguagem única e pessoal para expressar o poder criativo do maravilhoso universo feminino. Uma salva de palmas para Platão!!

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Pedras da Vida


Ao chegar de viagem encontrei minha casa e carro apedrejados. Autoria e motivos não são pertinentes nesse espaço. Aqui escrevo sobre o que isso significou para mim.

O impacto das pedras na minha vida foi tão forte quanto na janela da foto. Experimentei um misto de tristeza, raiva, vulnerabilidade, frustação, decepção e desapontamento. Amor e perdão também foram sentimentos presentes.

Eu não tive como evitar ou controlar nenhuma das emoções que tive. Mas eu tive como escolher o que fazer com elas, escolher como responder. Creio que nossa vida é, em grande parte, o resultado das escolhas que fazemos pelo caminho. Nesse sentido, quão prontos estamos para atirar pedras no nosso semelhante? Que fazemos com as pedras que nos atiram? Que Deus nos ajude a fazer as escolhas certas.

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Fim de Viagem


Chovia quando eu deixei o Havaí e, num momento de ilusão e romantismo, acreditei que a ilha chorava por minha partida. Respirei fundo, inalei a fragância do solo molhado, admirei o verde intenso das folhas cobertas pelas gotas da chuva, e entrei no avião.

Nessa viagem nadei em praias paradisíacas, fiz snorkeling, vi uma mamãe baleia nadando com seu filhote, experimentei comidas típicas, dirigi um mustang conversível pela ilha, conheci um povo e cultura diferente, fiz compras, participei de luaus, e até me vesti com os trajes típicos do local (a foto está aí como prova).

Tudo isso foi ótimo mas o melhor da viagem foram os contatos que fiz pelo caminho. Conheci várias pessoas, conversei, ri com algumas, me entristeci com outras, ouvi e contei histórias, fiz amizades, troquei experiências, toquei na vida de algumas e fui tocada por várias. Um compartilhar único e enriquecedor que, para mim, expressa uma das várias facetas do amor. Interações que me levam ao encontro de mim mesma, a um intenso contato com a vida e, principalmente, escrevem a minha história! Algo que vai muito além daquilo que meu MasterCard pode comprar.

CDs de música havaiana que recomendo:
- Alone in IZ World
Em especial: "Starting All Over Again" e "Over the Rainbow"
- The Best of Hawaiian Style Band
Em especial: "Rythm of the Ocean", "Live a Little"


segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Japoneses e suas Câmeras

Mostre-me um ponto turístico e eu te mostro os japaneses com suas câmeras. Acham que estou exagerando? Uma pesquisa perguntou a 40.000 japoneses quais os ítens que normalmente carregavam em suas bolsas.* Adivinha qual foi um dos mais votados? Câmera digital, é claro! Canon, Nikon, Sony, Fuji, Sanyo, grandes com lentes telescópicas, minúsculas e portáteis, pretas, coloridas, a prova d'água, a prova de choque, a prova de poeira, a prova de japoneses (rsrsrs)...não importa, o fato é que estão sempre clicando, clicando e clicando.

Que atire a primeira pedra o turista que não clica mas, em sua incansável missão de clicar, os japoneses se esquecem das regras básicas da "etiqueta do turista". Eles já bloquearam minha visão do "Manekeen Piss" em Bruxelas, cruzaram na minha frente quando eu fotografava a Fonte de Trevi e aqui não tem sido diferente. Ontem me fizeram esperar uma eternidade para tirar uma foto da estátua do Duke Kahanamoku enquanto clicavam a cabeça da estátua, o pé da estátua, pela direita, pela esquerda, etc. Isso não me incomodaria se não fosse o que aconteceu depois: um ficou do meu lado e pediu ao guia para tirar uma foto. Surpresa, cheguei a esboçar um sorriso...então veio outro e, acredite, formaram fila!! No segundo minha expressão era de choque e, no terceiro, indignação (imagino como as fotos saíram). Reclamei, me afastei, e eles ainda tiveram o despudor de achar ruim. Como não entendo japonês e eles não falavam inglês, ficou tudo por isso mesmo.

Hoje, se eu cruzar com um grupo de japoneses, estou preparada. Ao menor movimento suspeito vou tirar minha câmera e começar a fotografá-los primeiro. Pensando bem, como vingança não faz parte do Espírito Aloha, vou fazer melhor: colocar meu chapéu de praia no chão, sorrir, e cobrar $1 por foto :-)

P.S.: As fotos do blog tirei sem eles perceberem....rsrs
* Link da pesquisa:
http://whatjapanthinks.com/2006/06/18/whats-in-the-average-japaneses-bag/





sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

O Espírito Aloha

Quando o sol se põe em Waikiki e beija as águas verdes do Pacífico, o laranja nos céus é intenso, dramático e vibrante, como se um fogo incendiasse todo o horizonte. Nesse momento uma trombeta de concha é tocada e um nativo havaiano corre pela praia acendendo as tochas espalhadas pela areia. Uma banda começa a tocar música local e havaianas dançam o hula, celebrando o fim de mais um dia no paraíso.

Descrever esse momento é difícil, mas não de todo impossível. Todavia, encontrei algo no Havaí que não consigo descrever: o "Espírito Aloha". Misture extrema beleza natural, cores fortes e flores exuberantes com calor humano, simpatia, gentileza, paciência, charme e romantismo. Adicione a magia da Polinésia e você vai entender um pouco do que é o Espírito Aloha. É um estado de espírito onde as pessoas são incentivadas a pensar e enviar somente boas emoções em direção aos outros.

Mais que uma palavra de saudação, Aloha é uma filosofia de vida, um código de ética e conduta, a essência das relações com as outras pessoas. Os nativos dizem que o Espírito Aloha é uma herança que receberam de seus antepassados polinésios e, assim como o hula, é preservado como parte da tradição e cultura havaiana. Tanto que o "Espírito Aloha" faz parte da lei havaiana! Existe um estatuto na constituição do estado dizendo que "no exercício do poder e cumprimento de suas responsabilidades a favor e a serviço do povo, os políticos têm que considerar e se deixar guiar pelos princípios do Espírito Aloha". Ao aprender sobre isso pensei no Brasil, nos nossos políticos... de como poderíamos nos beneficiar dessa lei em nossa constituição.

Clique no link para ver Waikiki ao vivo (lembre do fuso horário e diminua 8 horas)

* A foto eu tirei ontem enquanto participava da cerimônia do pôr do sol em Waikiki.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Erro de Percurso

Devido a um pequeno erro de percurso no caminho do aeroporto (entrei numa rua errada), cheguei ao balcão da Delta 1 minuto (sim, eu disse UM minuto) depois do horário permitido para despachar bagagem. Entre embarcar hoje sem meus 5 biquinis e 8 pares de rasteirinhas, ou amanhã com todos os meus pertences, optei pela segunda opção. Resultado: mais um dia em "freezing" Atlanta e menos um dia em "sunny" Havaí.

Essa situação me fez lembrar de um fato ocorrido ontem quando fui visitar uma exposição de objetos do Titanic recuperados do fundo do mar. Uma vitrine específica chamou muito a minha atenção - eram objetos de um passageiro que, a caminho do embarque, foi sequestrado por bandidos e liberado somente muito depois da partida do navio. O que esse passageiro não sabia é que seu aparente "erro de percurso" o havia poupado de, assim como os seus pertences, terminar no fundo do mar.

Creio que as reais implicações dos nossos "erros de percurso" vão muito além do que nossos olhos conseguem ver. Fica a pergunta: quantos dos aparentes "erros de percurso" na nossa vida podem na verdade ter nos poupado de "terminar no fundo do mar"?

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Rumo à Ilha da Fantasia

Um dos meus sonhos de criança era conhecer o Havaí. Enquanto meus amiguinhos sonhavam com a Disney, o que eu mais queria era ir a essa ilha no meio do Pacífico, dançar o hula hula e usar colares de flores no pescoço com orquídeas no cabelo.

Na minha mente de criança o Havaí era como se fosse a Ilha da Fantasia onde, assim como no seriado de TV, todos eram felizes e tudo era como sonho. Quem não se lembra do anãozinho “Tattoo” tocando o sino e gritando “o avião, o avião”? Para os que não se lembram (provavelmente os mais novos…risos), a Ilha da Fantasia era um seriado que, para mim, tinha um conceito maravilhoso: a pessoa pagava por umas férias em uma ilha exótica em que ela poderia viver a sua fantasia. No fim, acabava vivendo algo que não estava esperando e sempre aprendia algo a seu própio respeito.

Amanhã realizo mais um dos meus sonhos e embarco para o Havaí. O que vou viver e aprender nessa Ilha da Fantasia eu ainda não sei….mas te convido a me acompanhar nessa aventura!
ALOHA!!!!!!!!!